April 14, 2010

Filme Livre

Um dia recebi um e-mail que informava sobre uma oficina de cinema. A inscrição era enorme, tinha que responder várias perguntas, entre elas, criar uma cena que pudesse ser feita facilmente na rua e imaginar uma sinopse de um "filme livre". Eu estava trabalhando, não tinha muito tempo, mas acabei deixando a página aberta e preenchendo aos poucos.
E eu lá sabia o que era "filme livre"? Mas sabia o que era um filme mambembe...
Depois de muito tempo, recebi outro e-mail. Eu estava dentro da oficina. E, como não tinha nada pra fazer, vamos nós.
Oficina "Liberte Seu Cérbero", dentro da 9ª Mostra do Filme Livre, que é quando o CCBB exibe diversos curtas livres, alternativos e mambembes ou o que seja, de todo Brasil. No comando, Christian Caselli, cineasta livre-alternativo-mambembe-que-seja. Não leve a descrição a mal, ele já está sendo premiado por isso. E adora. Colaborando, o pessoal do Projeto Cérbero, grupo de teatro que aprecia apresentações livres-alternativas-mambembes pela rua. E brinca que faz vídeo-arte naïf. (#querdizer...)
No meio disso, eu e um monte de gente diferente, gente que adora Cinema (e, no meu caso, tem assuntos a resolver com o Cinema).
A premissa da oficina era elaborar uma ideia (ou ideias) para curtas, criativas e viáveis de serem executadas com 3 câmeras e 1 hora de captação de material bruto. Era proibido fazer roteiro. A partir da ideia, tínhamos que gravar atuando dentro da premissa, mas abertos a qualquer improvisação ou situação que o local e as pessoas apresentassem.
Confesso que me deu medo de rolarem altas pseudagens, mas não... as ideias que criamos juntos foram muito interessantes.
Desenvolvemos, gravamos e editamos 3 curtas em 1 semana. Este aqui se chama "Steve no Rio de Janeiro" e é estrelado por Ricky Mastro, participante da oficina que deu o argumento. Ele, paulistano, sugeriu um filme em que o personagem tivesse pouco tempo no Rio de Janeiro e saísse correndo para captar o máximo de pontos turísticos possível. Como que se o que realmente importasse fosse o registro e não o "estar" no local. Surgiu a ideia da câmera subjetiva, da participação de alguns outros personagens, mas nada superou o elemento surpresa do dia da gravação, quando Ricky conseguiu interagir com tipos curiosíssimos, coisa que a gente nem imaginaria roteirizar... E também ninguém previa que Ricky iria resolver parar o trânsito. Literalmente.
Enfim, aproveite. Eu faço uma ponta beeem pequenina. Mas já fiquei feliz de ver uma das minhas piadas lá ("Acho que aqui é a Central do Brasil..."):