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July 5, 2013

Ben acústico

Encontrei três vídeos de uma mesma apresentação do Ben Gibbard (ele mesmo, vocalista do Death Cab For Cutie). A informação é que foram gravados em setembro de 2007, no Filmore Auditorium de Denver, Colorado, EUA. Para uma gravação de um show, até que imagem e som ficaram muito bons, facilita ter sido uma apresentação bem intimista. Ben e seu violão tocam 2 músicas do DCFC e uma do Rilo Kiley - e essa versão ficou maravilhosa. 

Como diz um dos comentários mais votados do YouTube: "It's a voice that can bring the manliest of men to tears".




Essas músicas, especialmente "Title and Registration", me levam pro passado como uma máquina do tempo. Eu vivia uma vida completamente diferente. Morava nos EUA, dirigia um carro, vivia em uma casa, tinha um cachorro, uma boa grana no banco, era um bocado solitária. Ouvindo a música eu me vejo no carro, colocando o cd que eu tinha gravado, vejo à frente a estrada em que estava e lembro das cores do céu do fim da tarde. Música tem dessas coisas.

June 16, 2011

Dois anos é muita coisa

Nos conhecemos há mais de dois anos. Sei que você acha que passou rápido, mas eu discordo. Talvez porque muita coisa aconteceu em dois anos. Vejamos: Me formei. Trabalhei no circo. Aliás, devo ter tido uns quatro ou cinco trabalhos diferentes. Viajei pra dentro do país. Viajei pra fora do país. Arrumei um emprego de carteira assinada, e fui no encontro de fim de ano do freela me embriagar de petit gateau grátis. Vi shows de umas cinco ou seis ou mais bandas favoritas de verdade. Ganhei ingresso pra festas. Ganhei músicas. Fiz novas amizades. Refiz antigas amizades. Também perdi. Conheci lugares que nunca pensei conhecer. Passei perrengue(s). Perdi um avião. Ganhei dinheiro. Gastei dinheiro. Abri um processo. Fechei um acordo. Cheguei tarde e fiquei na frente. Encaixotei minhas coisas, vivi com as caixas por meses. Me mudei. Mudei hábitos. Fui a um karaokê, saí de lá com namorado. Gastei descanso. Ganhei mau humor, mas ganhei carinho.
E o mais importante: você foi embora, 2009. E eu nunca mais te vi.

May 13, 2011

Vivendo...

- "Como ela conseguiu fraturar o pé?"
- "Vivendo."
E o que o véio Talese tem a dizer sobre algo assim?
"Eles querem ir do ponto a para o ponto b, e querem fazer isso rápido, de maneira eficiente sem perder nenhum tempo. Bom, perder tempo é muito bom. O tempo é maravilhoso quando você o perde. Quando você perde tempo você pode pensar que é um desperdício, mas não é. Às vezes você aprende com o silêncio, ou com os momentos de indecisão. Você aprende coisas que você jamais pensou que saberia, e aprende coisas sobre as quais você nunca pensou, e que nunca iria perguntar sobre. São coisas muito valiosas para a mente intelectual, e para a curiosidade intelectual que algumas pessoas têm. A internet joga contra esta curiosidade. Ela proporciona todas as respostas de maneira fácil. Você coloca o nome de alguém no google e descobre muito sobre ela. Se é verdade ou não, você não vai saber a diferença.
Então eu acredito que a tecnologia pode poupar tempo, poupar viagens, mas faz você ficar em casa, entre quatro paredes, perdendo o grande contexto da vida. A tela do laptop está substituindo a grande visão do mundo que você só pode conhecer explorando o mundo, viajando pelo mundo, saindo por aí, indo de um lugar para o outro, estando lá, e isso é importante. Não receber algo de segunda mão, não olhar pelas coisas a partir de terceiros. A internet é um instrumento de terceirização. Você coloca uma pergunta na internet e recebe uma resposta, mas não é a sua resposta. Você não experimentou nada."
Então partiu viver.

May 8, 2011

Entreouvido para hoje

Duas (irmãs? primas?) no metrô, a caminho da casa da avó, praquele almoço de domingo de Dia das Mães. A mas velha diz:
"Quando eu era mais nova, tive um namorado que tinha uma mãe cheia dessas frescuras. Ela dizia que fazia tudo pelo filho, e que nenhuma mulher seria capaz de fazer por ele o que ela faz.
Um dia eu disse: 'Então porque a senhora não casa com seu filho? Dorme com ele!' Ela ficou puta! 'Como assim você me diz pra eu dormir com meu filho??'' E eu falei: 'Ué, se ninguém será o suficiente pra ele, fica com ele pra você'.
Tem mulher que tem o filho pra si mesma..."
Então mamas, o filho é seu, mas nem tanto. Não pode esquecer que tem que criar o filho pra sobreviver na selva. Fora isso, feliz dia =)

March 22, 2011

Mixtape #littlejoia de aniversário atrasado

Acabei achando incrível como eu não fiz nada que demarcasse o aniversário de 1 aninho do Little Joia, completado no final de fevereiro. Eu o mantenho com tanto carinho, tanto esmero, impulsionada pelos ladrilhos brilhantes que eu penei pra fazer no Photoshop. Quando criei o blog, outro blog!, eu queria um espaço aberto, mesmo que sem muita audiência, pra eu falar o que queria, do melhor jeito que encontrasse. O blog virou uma alternativa para o Twitter e o Facebook e suas audiências quase radiofônicas. Muita coisa se perde, mas aquilo que eu amo e queria que permanecesse um pouco mais, entrava aqui.
You are what you love - A frase de uma música da Jenny Lewis acabou entrando como mote do blog do nada. Não foi meticulosamente planejado. No fim, o que eu amo está aqui e eu sou isso aqui. Sem falcatruas ou forçações.
E é tanta música que eu coloco que todo mundo percebe o quanto eu amo. É um vício, um conforto, uma fantasia, um refúgio, uma catarse. No começo eu até colocava mais "drama" que era como eu classificava quando eu discorria sobre algo que, no fim, só eu entendia. Ou quando eu fazia algum poeminha ou bobeirinhas literárias angustiadas, coisa que eu sou muito modesta pra chamar de poema ou literatura, é drama.
Não sei hoje o quanto de audiência eu tenho, nessa era em que os blogs estão meio caidinhos, ninguém mais comenta, é difícil saber se está agradando. Vou continuar fazendo assim, a partir de mim mesma, esperando que  mais pessoas curtam e descubram coisas novas. Porque, pra mim, não tem coisa mais legal que compartilhar amores, essas pequenas joias.



February 24, 2011

Minha música, MIGAN!

Todo mundo tem uma música, ou várias músicas. Mas todo mundo tem aquela que faz a gente fechar os olhos e se curtschir mointo. Pode ser qualquer uma, triste, feliz, animada, intensa. Ela fala com você, faz você se mexer como poucas outras, conta sua vida, como se você tivesse escrito, ou apenas por ter aquele sample/solo de guitarra/pandeiro que te emociona. Ou porque um dia alguém te dedicou. Pode ser no meio da Via Show e pode ser "Stereo Love", pode ser até Arcade Fire (vai entender!). É sua, pra curtir e gritar "minha música, MIGAN!"

January 12, 2011

Getting harder

Getting harder all the time.
Contra o frio, tenha uma paixão. Contra apatia, preguiça, marasmo, também pode funcionar. É remédio azedo, mas às vezes fica divertido no fim. Mas só no fim. Muito no fim mesmo.

December 28, 2010

Depende

Administrar perfis é uma arte. Para XS, sou uma preguiçosa, sem rumo. Para AL, com quem trabalhei, sou competente e empenhada. Para J, sou gênia. Para WP, sou amarga. Para R, sou um doce. F pensa que eu quero casar na igreja e ter filhos. QA prevê que estarei sozinha num apartamento com 50 gatos. K acha que sou boca-suja demais. O acha que sou grossa. HS acha que sou muito criativa. SU se decepcionou, gostava de mim mas agora acha que sou desleixada. PW me acha uma irresponsável. G acredita que eu tenho um grande talento, mas desperdiço demais. H tem certeza que eu mereço mais do que tenho. TA acha que não valho nada. VH garante que eu tenho futuro. Y me acha sexy. Para OP, sou esquisita. B me acha imatura demais. Para AC, sou bem resolvida. TY acha que sou interesseira. I acha que eu tenho senso crítico demais. Para E, tenho senso crítico de menos. Para KJ, sou divertida. Para Z, que me chamou pra sair, sou uma vaca. Para T, com quem cortei laços, sou uma escrota. LG insiste que sou uma santa e não faria isso com ninguém. Para CS, sou safada. Para MD, sou intocável. Para P, que rejeitei, sou muito independente. Para GZ, que amei, sou inadequada.
Eu às vezes acho que nós não fomos apresentadas.
Não sou eu.

December 26, 2010

O final

Última página de "As Virgens Suicidas", um chutaço (chutasso?) no estômago. A tradução é medonha ("you're a stone fox" virou "você é uma raposa de pedra"), me fez escrever reclamando pra LP&M. Disseram que vão reeditar, vai saber... É um livro pequeno, demorei meses pra terminar, me arrastando. A tradução ruim incomodou, o que lerdou mesmo foi a tristeza. Não foi legal, não pegou bem ♫. Mas terminei, no meio do ano. Acho que já estou em ritmo de retrospectiva...

December 23, 2010

Crônicas da mudança #2

Como eu já suspeitava, ontem voltei pra casa e não tinha mais casa pra morar. Agora estamos acampados (gato incluído) até segunda ordem. Pais estão em TPM (Tensão Pré-Mudança) constante, e eu não posso fazer absolutamente nenhuma pergunta. Nem que eu queira fazer pergunta alguma. Tropeçamos em caixas a todo momento, coisas estão M.I.A. por tempo indeterminado, meu gato se entocou desesperado e olha pra porta como quem estivesse planejando uma fuga de volta pra ex-casa. Na verdade, ele de fato ESTÁ planejando. Bom, vamo que vamo.
Eis mais alguns resgates da arrumação...
"Manual" do IACS, entregue no dia da inscrição.
Prova da capa da "Antena", revista teen-cult que inventamos pra uma matéria.
Folhas de fichário, da escola, circa 2001, com letra dos Stone Temple Pilots escrita no cantinho. Era isso que eu fazia nos momentos de tédio.
Dessa vez, eu escrevi letra do Zeca Pagodinho.
Marquei na agenda da escola o dia em que ganhamos um concurso de dança. Sim, o nome do nosso grupo era "100 Noção", só pra vocês terem uma noção...
Encontrei o script da primeira (e única) peça que eu apresentei na faculdade. Destaque para o belíssimo e infame trocadilho "Peça nº 5: Big McLuhan".
Matéria minha impressa num jornal-laboratório. Eu falava sobre como o mercado pra jornalistas está péssimo. Nada mudou.
Desenho que a Táia me fez de pontos turístico-emblemáticos da nossa travessia pra Nikiti. Lindo!
Desenho que a Juliana me fez. "Love is not just an emotion, it's a lifestyle". =}
Na minha divisória do fichário: HELP!
É, eu personalizava minhas divisórias...

December 19, 2010

A coisa mais linda

Deve ser...
Ah gente, como eu romantizo o amor...

November 25, 2010

O que a gente não pode dizer...

... a gente meio que parafraseia.

November 12, 2010

Da série: "Pesquisadores de Harvard descobrem a pólvora"

Mentes divagantes tornam pessoas infelizes, segundo estudo
WASHINGTON, 11 novembro 2010 (AFP) - Talvez você deva ouvir os conselhos daquele professor de ioga, que sempre diz que é necessário concentrar-se no momento.
Um estudo divulgado nesta quinta-feira nos Estados Unidos sugere que as pessoas gastam quase metade do tempo imaginando que gostariam de estar em algum outro lugar ou fazendo alguma outra coisa, e esta perpétua dispersão da mente as torna infelizes.
"A mente humana é uma mente dispersa, e uma mente dispersa é uma mente infeliz", escrevem os psicólogos Matthew Killingsworth e Daniel Gilbert, da Universidade de Harvard, na revista científica Science.
"A habilidade de pensar sobre o que não está acontecendo no momento é uma conquista cognitiva, mas tem um custo emocional", destacam.
A pesquisa acompanhou 2.250 pessoas através de seus iPhones. Um aplicativo foi instalado para perguntar aos voluntários "o quanto felizes estão, o que estão fazendo no momento e se estão pensando sobre a atividade que estão realizando ou sobre qualquer outra coisa - e, neste caso, se é um pensamento agradável, neutro ou desagradável".
A pergunta aparecia na tela dos iPhones em intervalos irregulares.
Quando os resultados foram computados, os cientistas constataram que a mente das pessoas estava divagando 46,9% do tempo.
Os voluntários declararam-se mais felizes quando faziam sexo, se exercitavam ou tinham uma conversa. Por outro lado, descreveram maior infelicidade quando usavam o computador em casa, descansavam ou trabalhavam.
Ao examinar as respostas dadas pelos voluntários quando suas mentes divagavam, os psicólogos descobriram que "apenas 4,6% da felicidade das pessoas em um determinado momento é atribuível à atividade específica que ele ou ela está desempenhando, ao mesmo tempo em que o estado de divagação de uma pessoa corresponde a cerca de 10,8% de sua felicidade".
O estudo indica que "análises de intervalo causa-efeito" apontam que "a mente divagante dos voluntários é geralmente a causa, e não a consequência, de sua infelicidade".
Os voluntários tendem a ter mais foco no presente e são menos propensos à dispersão durante o sexo, segundo a pesquisa. Ao realizar qualquer outra atividade, as mentes divagam pelo menos 30% do tempo.
De acordo com os pesquisadores, 74% dos voluntários são americanos, oriundos de "um amplo espectro de cenários socioeconômicos e profissões".
"A divagação da mente é um excelente prognóstico da felicidade das pessoas", concluiu Killingsworth.
"O estudo mostra que nossa vida mental é permeada, em um nível significativo, pelo não-presente".

Meu comentário:

November 8, 2010

Segunda-feira

Bom dia pra você que está sentindo muita dificuldade em encontrar algo em que acreditar.
Intoxicação sentimental também dá enjoo e febre. E delírio.

November 7, 2010

Paradoxos

Sou tão paradoxa que até o meu cabelo resolve ficar metade liso, metade enrolado.
Gosto assim, de ter vários lados (ou VERTENTES!), várias possibilidades são boas quando não é preciso escolher entre nenhuma delas. Nunca tive necessidade de me identificar com algo ou um grupo apenas. Parece-me exclusivo. Como bem disse um amigo, é uma opção de quem busca segurança social, e nisso abdica-se de muita sabedoria, por assim dizer.
Mas a vida de quem anda por fora não é fácil. Parece, ou no fundo realmente é, inadequação. Às minhas muitas facetas, o que mais recebo é preguiça.
Será que é assim tão chato?
Quer me irritar é me fechar na sua ideia de mim e não me deixar sair. Se você deixasse, vivia por te surpreender todo dia, never a dull day.
(...)
Quanto mais críticos somos, menos encontramos lugares em que nos sentimos à vontade.

November 4, 2010

Sei lá, vamos ver

Não tenho planos para o futuro, mas gostaria de ter certeza de que ele estará lá, para que eu descubra o que vai acontecer. As histórias que eu crio na minha mente nunca acontecem; acontecem outras, e a surpresa, seja ela boa ou ruim, é uma das coisas que dão graça à vida. Suas ironias e suas batalhas, seus presentes e dramas -- e afinal, drama é ação.
Quero saber se tudo vai ficar bem, quem novo vai aparecer, quem vai embora, o que vão inventar. Isso de não poder entrar duas vezes no mesmo rio. Não somos os de antes, eu e o rio. E isso de nunca saber o que nos espera atrás de cada porta. Não saber o que vai acontecer a partir de um encontro qualquer. Você olha pra trás, se vê quando não sabia no que estava se metendo ao dizer a primeira palavra. Não fazia a mínima ideia da montanha-russa que vinha pela frente, não é? Se deu bem, se ferrou, desde que aproveitando a viagem.
E mesmo que todo dia a gente saia de casa para encontrar tudo no mesmo lugar, é impossível matar a esperança de que um plot twist, uma reviravolta, vá acontecer. Porque não dá realmente para afirmar se ou quando vão acontecer. Juntamos as pequenas coisas, sim, todos os toques sutis da vida que nos fazem senti-la, e que no fim também dão graça a tudo, enquanto as grandes estão para vir. Ou não, sei lá, vamos ver. Se houver futuro, espero que haja sempre.



"Wow! I thought love was much softer than that... what a most disturbing sound!"

October 25, 2010

Romantic dramatic film

Tenho um pouco de alergia a filmes românticos. Só costumo ver quando passa na TV a cabo, se eu não estiver com forças de encarar algo mais consistente. Tem uns em que a bestice chateia mais do que distrai. Fórmulas repetidas, gente fazendo o mesmo papel em todo filme e aquele final feliz forçado, desafiando a realidade. Não quero dar spoiler mas justamente pela não-forçação do fim que um dos meus filmes favoritos é "Nosso Amor de Ontem" (The Way We Were), que eu vi pela primeira vez há uns 7 anos e costumo rever toda vez que passa.
 O filme é de 1973, foi dirigido por Sidney Pollack e estrelado por Barbra Streisand e Robert Redford (muito mais gato do que o Brad Pitt jamais foi). Eu não sei dizer o que esse filme tem de mais -- uma das cenas de sexo mais risíveis que eu já vi? --, só sei que gosto da história dessas duas pessoas muito diferentes que tentam ficar juntas. Ela, por enxergar nele um potencial que nem ele mesmo conseguia enxergar. Ele, não sei bem por que, já vi várias vezes e ainda acho um pouco forçado ele ter começado a ficar com ela. Na vida real acho que nem isso. Talvez seja por ela gostar tanto dele, lhe fazia bem ao ego... A moral da história: o quanto conseguimos mudar por quem amamos, o que realmente vale a pena mudar, e o quanto estamos realmente dispostos a lutar para que dê certo? Pra certas pessoas, o caminho escolhido é simplesmente o mais fácil.
Acho mal interpretado como filme romantiquinho. Na verdade, são 2h de uma arrastação de asa pesada por parte da Barbra, o gera um clima bizarro, no melhor sentido da palavra. Aliás, já vi 4 filmes com a Barbra. Em todos eles ela fez o mesmo tipo de papel e só no mais novo consegui se dar bem (acho que aprendeu, depois de todos esses anos). É o papel de uma mulher diferente das outras. Bonita, mas não de modo convencional. Com personalidade forte, acaba se valendo de outros atributos pra se destacar -- ela ou é muito engraçada ou muito inteligente ou muito determinada. As suas atitudes e escolhas acabam sendo intimidadoras. Difícil demais, complexo demais, todas essas bullshits.
Minha cena favorita. Dá uma peniiiiinha... Ela luta demais e leva tudo muito a sério. Mas também, olha só o que ela pode conseguir:

October 20, 2010

"Mas as garotas, por mais que gostem de flertar com os cafajestes, acabam sempre escolhendo os bons moços"

Penso que talvez seja reconhecimento de algo que sempre esteve em mim, e algo que eu sempre fui, mas não tive certeza. Mas mesmo nisso, não tenho certeza (senão não seria eu). Dizem que Freud explica tudo ou quase, estou perguntando. A quem tudo sabe mesmo, Deus, perguntei timidamente. Não ortodoxamente, com orações sofridas e gritos estridentes de enlouquecer vizinhos. Conhecendo-me a mais tempo que eu mesma, Ele certamente sabe que este não é meu estilo. Perguntei baixinho entre canções, lembranças embaralhadas e olhos molhados. Ele parece querer que eu descubra sozinha. Até prefiro mesmo pensar que ele está se ocupando de coisas que até eu considero mais importantes, como em cuidar para que aquele bêbado andando pelo meio da rua, entre os carros, não se machuque. Eu, pelo menos, ainda consigo me manter na calçada. Ou daquele menino zarolho que veio me pedir trocados para se alimentar (de vício, provável e infelizmente). No entanto, há chances que eu também esteja zarolha.

October 19, 2010

Jogos vitais

Perder é terrível, mas nunca jogo pra ganhar, no sentido de montar estratégias, arquitetar movimentos e seguir certas regras. Jogo para me divertir. Da sinuca, boliche, buraco, Mortal Kombat à vida e ao amor, os êxitos chegam, quando chegam, quase por sorte, ou melhor, decorrentes das situações que se formam quando aperto todos os botões, atirando para todos os lados, operando no caos, experimental. De surpresa, libero um golpe, a bola cai na caçapa, surge um trunfo. Quando jogo, não quero pensar. A vitória nunca é certa, mas sempre divertida. Como todo jogo deve ser.
Divirta-se. Barra de espaço pra iniciar. Setas pra guiar.

September 30, 2010

O dia em que eu venci na vida

Hoje o Alex Kapranos falou comigo no Twitter. Venci na vida, Brasil?
Numa divagações no Twitter sobre sonhos, cansaço e semi-consciência, o vocalista do Franz Ferdinand lamentou ter disperdiçado o que ele estava sentindo ao se dispor a discutir a coisa com meio mundo. Foi aí que eu entrei, dizendo que as pessoas são mais cismadas em dividir/divulgar o momento do que sentir/viver o momento. É por isso justamente que todo mundo vai a shows como o dele prontos para fotografar e gravar cada detalhe. E aparentemente ele não curte isso.
Groupices à parte, eu realmente penso o que eu disse. A epifania veio num show do Death Cab For Cutie há uns anos. Eu estava muito perto do palco, gravando o show, quando percebi que estava vendo o show pela tela da câmera. Hello? Os caras estavam bem na minha frente. Pergunta se eu vejo aqueles vídeos que fiz hoje em dia? Sem falar que a maioria dos vídeos capturados em shows tem um som completamente estourado. Fotografar show, sem uma câmera das boas, nem rola. Pra não cair na minha própria armadilha de acabar assistindo pela câmera, não a levo mais comigo.
Mas tudo parece se organizar com a imagem, uma espécie de prova que você esteve presente, documentado de modo que possa ser compartilhado. Fotos pro Facebook/Orkut, vídeos pro YouTube, relatos em tempo real no Twitter, somos papparazos de nós mesmos. Senão, não sentimos como se realmente aconteceu. Talvez sejam informações demais, a memória falha, precisamos dessas pistas para lembrarmos. Mas na fissura de documentar, o momento presente perde a mágica. Ou melhor, a mágica é jogada pro passado. A vida na era de sua reprodutibilidade tecnológica.
Com a resposta do Kapranos, um outro usuário brasileiro nos recomendou um poema de Jorge Luís Borges:
Nostalgia do Presente
Naquele preciso momento o homem disse:
"O que eu daria pela felicidade
de estar ao teu lado na Islândia
sob o grande dia imóvel
e de repartir o agora
como se reparte a música
ou o sabor de um fruto."
Naquele preciso momento
o homem estava junto dela na Islândia.