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February 3, 2011

Vista de cima

Ben Folds, cantor e conpositor americano, resolveu musicar um material de Nick Hornby, aquele escritor inglês que nos trouxe "Alta Fidelidade" e "Um Grande Garoto", querido pela galera pop cult. 
(Pausa para que eu afirme aqui eu já dei chances suficientes aos livros dele, e tenho medo de tentar mais: no fim eu prefiro sempre os filmes adaptados dos livros. Não me julguem, ou melhor, falem a verdade e concordem comigo! rssss).
Voltando: essa ficou legal. O clipe é bem legal também. Mas triste pacas.


Just this vague notion that something was wrong
A naked absence, a phantom limb
An itch that could never be scratched
Neither of them knew what was going on
A strange feeling of never
Heartbeats becoming synchronized
And staying that way forever
Who knows whether that's how it should be
Maybe our ghosts live in that vacancy
Maybe that's how books get written
Maybe that's why songs get sung
Maybe we are the unlucky ones


December 26, 2010

O final

Última página de "As Virgens Suicidas", um chutaço (chutasso?) no estômago. A tradução é medonha ("you're a stone fox" virou "você é uma raposa de pedra"), me fez escrever reclamando pra LP&M. Disseram que vão reeditar, vai saber... É um livro pequeno, demorei meses pra terminar, me arrastando. A tradução ruim incomodou, o que lerdou mesmo foi a tristeza. Não foi legal, não pegou bem ♫. Mas terminei, no meio do ano. Acho que já estou em ritmo de retrospectiva...

December 24, 2010

Hohoho, Feliz Natal

Ah, Sufjan. Lá vai ele de novo. Agora com a ajudinha dos irmãos Dessner, do The Narional. Lagriminhas:

Ele sempre libera músicas pro Natal, esse lindo. Essa daqui também é fofa:
Não é a primeira vez que recomendo esse conto do Truman Capote, "A Christmas Memory". Nesse conto tem uma das minhas frases favoritas: "It's bad enough in life to do without something you want; but confound it, what gets my goat is not being able to give somebody something you want them to have." Leia aqui.
Gosto do Natal, perde um pouco da magia a cada ano, mas tem sido interessante o esforço de fazer cada um ficar diferente. E o desse ano certamente será. Fora amigo-oculto, que pelas histórias que ouço aqui sofro de azar hereditário, o Natal é básico. Rabanada & castanha. Hoje estaremos todos juntos, amontoados entre caixas.
Algum pensamento pra esse dia? Desejo paz, satisfação e sorrisos fáceis todos os dias. Por mais difícil que essa vida pareça às vezes, uns poucos momentos disso por dia já ajuda a continuar. Escolham bem aquilo a que vai submeter o seu corpo. Por exemplo, não trate seus ouvidos com música ruim. Amem, abracem e beijem, não escondam seus sentimentos, não façam charminho nem mimimi que essa vida é curta. Tentem. Usem filtro-solar. Everybody's freeeeeeeeeee... blá blá blá. Acredito que fazer isso é refletir um pouco na mensagem daquele que alegam ser o aniversariante...

October 20, 2010

"Mas as garotas, por mais que gostem de flertar com os cafajestes, acabam sempre escolhendo os bons moços"

Penso que talvez seja reconhecimento de algo que sempre esteve em mim, e algo que eu sempre fui, mas não tive certeza. Mas mesmo nisso, não tenho certeza (senão não seria eu). Dizem que Freud explica tudo ou quase, estou perguntando. A quem tudo sabe mesmo, Deus, perguntei timidamente. Não ortodoxamente, com orações sofridas e gritos estridentes de enlouquecer vizinhos. Conhecendo-me a mais tempo que eu mesma, Ele certamente sabe que este não é meu estilo. Perguntei baixinho entre canções, lembranças embaralhadas e olhos molhados. Ele parece querer que eu descubra sozinha. Até prefiro mesmo pensar que ele está se ocupando de coisas que até eu considero mais importantes, como em cuidar para que aquele bêbado andando pelo meio da rua, entre os carros, não se machuque. Eu, pelo menos, ainda consigo me manter na calçada. Ou daquele menino zarolho que veio me pedir trocados para se alimentar (de vício, provável e infelizmente). No entanto, há chances que eu também esteja zarolha.

September 30, 2010

O dia em que eu venci na vida

Hoje o Alex Kapranos falou comigo no Twitter. Venci na vida, Brasil?
Numa divagações no Twitter sobre sonhos, cansaço e semi-consciência, o vocalista do Franz Ferdinand lamentou ter disperdiçado o que ele estava sentindo ao se dispor a discutir a coisa com meio mundo. Foi aí que eu entrei, dizendo que as pessoas são mais cismadas em dividir/divulgar o momento do que sentir/viver o momento. É por isso justamente que todo mundo vai a shows como o dele prontos para fotografar e gravar cada detalhe. E aparentemente ele não curte isso.
Groupices à parte, eu realmente penso o que eu disse. A epifania veio num show do Death Cab For Cutie há uns anos. Eu estava muito perto do palco, gravando o show, quando percebi que estava vendo o show pela tela da câmera. Hello? Os caras estavam bem na minha frente. Pergunta se eu vejo aqueles vídeos que fiz hoje em dia? Sem falar que a maioria dos vídeos capturados em shows tem um som completamente estourado. Fotografar show, sem uma câmera das boas, nem rola. Pra não cair na minha própria armadilha de acabar assistindo pela câmera, não a levo mais comigo.
Mas tudo parece se organizar com a imagem, uma espécie de prova que você esteve presente, documentado de modo que possa ser compartilhado. Fotos pro Facebook/Orkut, vídeos pro YouTube, relatos em tempo real no Twitter, somos papparazos de nós mesmos. Senão, não sentimos como se realmente aconteceu. Talvez sejam informações demais, a memória falha, precisamos dessas pistas para lembrarmos. Mas na fissura de documentar, o momento presente perde a mágica. Ou melhor, a mágica é jogada pro passado. A vida na era de sua reprodutibilidade tecnológica.
Com a resposta do Kapranos, um outro usuário brasileiro nos recomendou um poema de Jorge Luís Borges:
Nostalgia do Presente
Naquele preciso momento o homem disse:
"O que eu daria pela felicidade
de estar ao teu lado na Islândia
sob o grande dia imóvel
e de repartir o agora
como se reparte a música
ou o sabor de um fruto."
Naquele preciso momento
o homem estava junto dela na Islândia.

September 6, 2010

Caminhe com esse estilo

"Fossem meus os tecidos bordados dos céus,
Ornamentados com luz dourada e prateada,
Os azuis e negros e pálidos tecidos
Da noite, da luz e da meia-luz,
Os estenderia sob os teus pés.
Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos.
Eu estendi meus sonhos sob os teus pés
Caminha suavemente, pois caminhas sobre meus sonhos."
W.B. Yeats

July 9, 2010

Enivrez-vous

Estou tentando estudar.
Lembrei que ele me perguntava pelo que eu queria lutar.
E o que me empolga?
(uhm, acho que pessoa não vale...)
Li hoje que existencialistas defendem que a vida só encontra sentido quando nos posicionamos em relação a algo.
Eu levanto a bandeira de não querer levantar bandeira nenhuma
(apesar de o meu cabelo atualmente representar a família Restart).
Não consigo responder o que me empolga.
E quando acho algo, são coisas pequeninas e banais.
O que me embriaga?
Vai bilíngue,
afinal, estou tentando estudar, e o texto faz parte da revisão.
"Il faut être toujours ivre. Tout est là : c’est l’unique question. Pour ne pas sentir l’horrible fardeau du Temps qui brise vos épaules et vous penche vers la terre, il faut vous enivrer sans trêve.
Mais de quoi ? De vin, de poésie ou de vertu, à votre guise. Mais enivrez-vous.
Et si, quelques fois , sur les marches d’un palais, sur l’herbe verte fossé, dans la solitude morne votre chambre, vous vous réveillez, l’ivresse déjà diminuée ou disparue, demandez au vent, à la vague, à l’étoile, à l’oiseau, à l’horloge, à tout ce qui fuit, à tout ce qui gémit, à tout ce qui roule, à tout ce qui chante, à tout ce qui parle, demandez quelle heure il est ; et le vent, et la vague, l’étoile, l’oiseau, l’horloge, vous répondront : « Il est l’heure de s’enivrer ! Pour n’être pas les esclaves martyrisés du Temps, enivrez-vous ; enivrez-vous sans cesse ! De vin, de poésie ou de vertu, à votre guise."
"É necessário estar sempre bêbado. Tudo se reduz a isso; eis o único problema. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha. Contanto que vos embriagueis.
E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder: É hora de se embriagar! Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha."
Charles Baudelaire

June 16, 2010

Inteligência

Eu nunca fui boa nessas coisas, até que ultimamente tenho feito alguns acertos em sintonizar frequências estrangeiras, por mais codificadas que apareçam, por mais loucas que sejam. Essas peças de informação e contrainformação exigem dos melhores agentes de Inteligência. Tentar se colocar no lugar do outro é a técnica mais eficaz. E afinal, pensar demais uma hora leva a uma noção mais abrangente. Quanto mais teorias levantadas, maior a possibilidade de uma estar certa. Eu nunca tive a presunção de saber o que se passa com outra pessoa, outra vida, outra história de vida. Mas todos deixamos pistas por aí para quem interessar possa. Muita gente é melhor em montar quebra-cabeças. Ainda sim, há coisas que nunca saberemos, coisas que não dá pra explicar. A graça é passar a vida tentando, esperando que o outro sempre surpreenda (positivamente)... E, bem, perguntar também não dói.
Mas é bom o gosto de acertar, com minhas teorias realistas, enquanto outros levantam teorias mais idealistas, ou algo assim. Eu falo, não acreditam. Aham, deixa estar. Meu drama não é ilusional, tô pra ver coisa mais sóbria e bem fundamentada (entenda, não disse que o fundamento era bom). Longe de virar especialista, só comemoro por ter conseguido por certas coisas em pratos práticos.
Não gosto de jogos mentais, sou boa em diplomacia e apaziguamento, mas tomei a pílula da franquice. Juro solenemente tentar dizer a verdade, não podemos ter medo dela. É a verdade, oras! Sei que tem gente, porém, que sonseia, não de propósito. É assim consigo, é assim com os outros. Nada muito que se fazer: quando necessário, chamar a CIA. Se vale o tempo gasto, gaste o tempo, vai valer.
"Nunca conseguimos entender por que as meninas faziam questão de ser maduras, nem por que sentiam tanta necessidade de elogiar umas às outras, mas às vezes, depois de um de nós ter lido em voz alta um longo trecho do diário, tínhamos que combater o desejo de nos abraçar ou de dizer uns aos outros como éramos bonitos.
Sentimos o aprisionamento que é ser garota, e como isso torna a mente ativa e sonhadora, e como a gente acaba sabendo quais as cores que combinam entre si. Soubemos que as garotas são nossas gêmeas, que existíamos todos no espaço como animais de idêntica pele, e que elas sabiam tudo a nosso respeito embora nós não soubéssemos nada delas.
Soubemos, afinal, que as garotas são na realidade mulheres disfarçadas que compreendem o amor e até mesmo a morte, e que a nossa tarefa era apenas gerar o barulho que parecia fasciná-las."
As Virgens Suicidas, de Jeffrey Eugenides

June 2, 2010

Ironia fina

Soneto
Chico Buarque

Por que me descobriste no abandono
Com que tortura me arrancaste um beijo
Por que me incendiaste de desejo
Quando eu estava bem, morta de sono
Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morta de medo
Por que não me deixaste adormecida
E me indicaste o mar, com que navio
E me deixaste só, com que saída
Por que desceste ao meu porão sombrio
Com que direito me ensinaste a vida
Quando eu estava bem, morta de frio
Não consigo me acostumar com a voz do Chico Buarque, suas fãs são losermânicas (ou seriam as fãs losermânicas uma evolução das buarquianas? A refletir), mas é preciso admirar MUITO uma coisa dessas...

May 30, 2010

It's alright, ma...

... I'm only bleeding.
"...sabia que tinha alguma coisa fora do lugar em mim. Eu era uma soma de todos os erros: bebia, era preguiçoso, não tinha um deus, idéias, ideais, nem me preocupava com política. Eu estava ancorado no nada, uma espécie de não-ser. E aceitava isso. Eu estava longe de ser uma pessoa interessante. Não queria ser uma pessoa interessante, dava muito trabalho. Eu queria mesmo um espaço sossegado e obscuro pra viver a minha solidão. Por outro lado, de porre, eu abria o berreiro, pirava, queria tudo e não conseguia nada. Um tipo de comportamento não se casava com o outro. Pouco me importava." - Bukowski

May 24, 2010

Big Joia

Bob Dylan nasceu há 69 anos, e nós fomos agraciados por toda sua obra (Jakob Dylan incluso).
Pérola:
P.S.: Dei uma olhada no livro Like a Rolling Stone: Bob Dylan na encruzilhada, li as primeiras páginas e fiquei com muita vontade de comprar. O jornalista Greil Marcus parece estabelecer bem o momento na história da música e da sociedade em que tudo se deu. Fica a dica dar um xéquirauti também.

May 19, 2010

Simples assim

"Depois de uma tarde de 'quem sou eu'
e de acordar à uma hora da madrugada em total desespero,
eis que às três horas da madrugada eu me levantei e me encontrei.
Simplesmente isso: me encontrei.
Alegre, calma, plenitude sem fulminação.
Eu sou eu e você é você,
e é lindo, é vasto e vai durar.
Bom, eu sei mais ou menos o que vou fazer em seguida,
mas por enquanto olhe para mim e me ame.
Não, não... Olhe para ti e te ama.
É o que está certo."

Clarice Lispector
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(Agradeço ao Wagner Moura por recitá-lo.)

April 18, 2010

Vaporize

"'A sua escolha inicial fora se esconder nas águas escuras e profundas, para além de todos os laços, armadilhas e traições. A minha escolha fora ir procurá-lo onde jamais alguém ousara ir'. Sim, onde jamais alguém ousara ir. E agora estavam ligados uma ao outro e assim se encontravam desde o meio-dia. E não havia ninguém para ajudar nem a um nem a outro."
- Ernest Heminghway, O Velho e o Mar

March 26, 2010

Liberdade

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Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.
Clarice Lispector
Não o tenho, nem a liberdade. Só sonhos de ambos.