October 23, 2011

Dois exemplos

Não falo tanto aqui sobre meu desprezo a coisas hype-empurradas-pela-garganta ou it people, it bands como eu gostaria. Costumo jogar pedaços do mau-humor que isso me dá em posts no Facebook ou Twitter. É difícil sintetizar em um post aqui as várias razões pela qual o hype me irrita, e nem acho que muita gente se interessaria por isso. Eu nunca fui fã de moda, tendências e marketing e costumo me afastar de gente com ego grande. Me sinto uma idosa nesses tempos de transição esquisita na comunicação, em que algumas pessoas se acham críticos gabaritados porque possuem um blog, famosos por terem muitos seguidores, inventores e dignos de crédito por piadas banais no Twitter, e artistas de pouca arte. Sem entrar em divagações profundas e monótonas sobre a minha visão ranzinza sobre o assunto, eu só queria registrar esses exemplos amostragem e botar a bola em jogo. Vamos a eles:
Homeless chic e o designer que comprou o casaco de um mendigo - Essa matéria rendeu discussões acaloradas no Facebook, de gente que ficou chocada pelo fato de o cara ter topado dar R$ 10 pra uma pessoa que claramente precisava muito mais, ter pego o casaco que provavelmente era o único que o mendigo tinha achando que tava fazendo um ótimo negócio e depois, convencido pela namorada, ter jogado fora. Jogado fora. No lixo. Meu desprezo pelo cara só aumentou quando eu li seu perfil no (onde? onde?) Partybusters. Aí foi fundo demais na falta do que fazer da vida.
"O tempo livre, Antonio passa desenhando, lendo e vendo filme esquisito. Porém, ultimamente, por razões que ele mesmo não entende muito bem, tem passado o tempo livre dormindo, jogando Playstation e bebendo. Diz ele que daqui a pouco passa, enquanto não passa, cuidado pra não perder esse tanquinho ein querido!"

E o brega virou cult - ‎"Gostamos de toda a bagaceira da música brasileira de periferia" - bom, psicanalisando, isso não parece discurso de quem gosta disso naturalmente. Pra mim, entra na categoria "comprei um casaco de um mendigo porque achei que era hype". É uma banda de filtro: pra classe mérdia alta hispter gostar de brega, tem que tem um filtro hype como dessa banda. Assim como aconteceu com o ~~~~funk~~~~ nada menos que patético de bandas como CSS, Bonde do Rolê. Quer funk? Escute funk e não a banda de filtro.

E o que você acha?