Um dia sugeriram que eu visse o filme "Ensina-me a Viver" (Harold and Maude, 1971), para que isso quem sabe suscitasse em mim algum ímpeto de viver.
É sério.
Eu vi. Não que tenha mudado radicalmente a minha vida (gostaria que um filme fosse o suficiente), mas se trata realmente de um ótimo filme com uma história tocante. Sem falar que é considerado um clássico da época em que os diretores salvaram Hollywood dos filmes inócuos de estúdio e começaram a trazer à tela a vida real, a contracultura, os protestos, os desvios da sociedade como era. Afinal, um romance entre um rapaz de uns 18 anos e uma quase octogenária não era lá coisa que se via por aí...
Harold tem obsessão pela morte. Maude amava a vida. Ela já tinha vivido o bastante, ele estava só começando. O que faltava? Faltava ele finalmente entender que tinha sorte de estar vivo, que pode fazer suas oportunidades, que podia, "simples assim". Coisas que são fáceis de saber mas que nem sempre entendemos depressa.
A trilha sonora é do Cat Stevens, bombante na época, e essa canção, da cena final do filme, basicamente diz tudo:
Em tempo: Cat Stevens acreditou tanto nisso que podia fazer o que queria que mudou o nome, virou muçulmano, e abandonou a carreira por um longo tempo. "Simples assim". Afinal, ele quis.