Indies de longa carreira já devem conhecer o The Decemberists. Quem não conhece, o que eu posso dizer é que eles tem um estilo alternativo que preza por canções intrumentalmente cheias de camadas melódicas, com o uso de instrumentos como violino, acordeão, órgão, uma vibe antiga, épica, trabalhada, essas coisas. Tão ou mais trabalhadas que o instrumental são as letras. Colin Meloy, vocalista e letrista da banda, é meio que formado em Letras (na verdade, Wikipedia says que ele se formou em "Creative Writing", ou seja, tudo se explica aí). A maioria das letras são como pequenos contos, e Colin versa sobre piratas, marinheiros, legionários, reinos distantes, disputas mortais entre famílias e, claro, amores impossíveis. O vocabulário das canções é de um rebuscamento que faria a lista magna de Bombonière se recolher a sua insignificância. Coisa de pegar um dicionário e enriquecer seus conhecimentos da língua inglesa de quebra. Mas não são canções pretensiosas (o rebuscamento em "Los Angeles, I'm Yours" chega a ser engraçado, e provavelmente foi essa a intenção). São caprichadas. E bonitas.
Conheci quando tive uma crush uma vez. O sujeito elegeu "We Both Go Down Together" como música de primeiro encontro. Eu fui ouvir e gamei nos dois (e não, não é plágio de "Losing My Religion", só meio que lembra).
Daí o que ficou foi a banda.
P.S.: Colin Meloy gravou um EP chamado "Colin Meloy sings Morrissey" em que ele, bem, canta músicas do Morrissey. Acústicas. Recomendo veementemente se você curte o Mozza, mas tenha cuidado que a coisa é FORTE. Pega aqui e fica por tua conta e risco.