Preciso ocupar meu tempo. Preciso ocupar minha mente. Preciso que o PayPal funcione. Preciso me convencer de que eu sou boa no que faço. Seria legal também achar o tal shampoo de quiabo.
Quem me quer me conhece por mais de anos, e não por alguns meses. Já me achou interessante, já me achou intrigante, já descobriu meus defeitos e já os jogou na minha cara. Já recebeu de volta minhas lágrimas, talvez até minha apatia. Algo da minha mezzo agressividade (é tudo o que eu consigo). Distância, silêncio, descanso, é claro. No fim descobre e sabe (descobre que sabe) que sou euzinha quem seguro certas barras no fim. Aquelas que realmente importam no fim. E é isso que eu não consigo passar na primeira entrevista de emprego, ou no primeiro encontro. Que o caminho é difícil - melhor dizer não-óbvio - mas que mesmo depois de tempos, decepções, idiotices mútuas e palavras incrível e meticulosamente bem colocadas para serem pessimamente interpretadas, eu vou estar ali, disposta a sempre recomeçar do zero, mesmo que ouça tudo de novo. I'll-be-there.
Mas quem quer isso, certo? Isso... que não se pode constatar de cara, de imediato? Quem faz uma aposta dessas a longo prazo, quem não deixaria a ansiedade falar mais alto? Uhm, mais difícil isso que lidar comigo. Eu não sou difícil, eu me demoro. Acho que por isso tenho tanto medo do fim do mundo...
Medo de mundos que não me pertencem, de ter que achar legal um monte de coisa que eu, na verdade, não ligo a mínima. Essa busca de sentido em novidades não é nada nova. Há mais disso que tentar entender o próprio jeito e se respeitar. Esse podecrêdismo da intelligentsia (usei certo, mãe da Mari?) me sobrepõe. Não quero essa minha vida pra sempre, mas a sua também não. Vamos vendo, vamos vendo... O mundo gira. Ironia, teu nome é VIDA. Amiga diz sempre que o mundo é um moinho. Às vezes é só um cata-vento...