O papo é que a Oi FM, como a conhecemos, vai acabar. No primeiro momento, quando vi pela primeira vez uma notícia sobre o assunto, pensei no pior. A rádio, que opera em sete cidades e leva o nome da operadora de telefonia não vai exatamente acabar, mas vai perder o nome e a parceria com a operadora de telefonia. No Rio, onde funciona em uma das sedes da Oi em Ipanema, deve mudar de lugar. Até dia 31, ela continua Oi, mas depois fica sem nome fantasia, como "a rádio oficial do verão", já que os projetos pra estação continua de pé e a rádio funciona ainda em rede por algum tempo. E depois? Ainda não se sabe.
O que mais de me dá medo é que haja uma reformulação total no estilo da rádio, ou a venda da frequência (ao menos aqui no Rio). Sinceramente não sei como é a situação nesses outros estados, mas aqui no Rio não é nem um pouco favorável. Desde que comecei a ouvir rádio:
Perdemos a RPC, Antena 1, Jovem Pan e Rádio Cidade.
As rádios evangélicas se multiplicaram e dominaram o dial.
A Transamérica costumava ser bem mais variada do que hoje, e sempre sofreu com propaganda e falação demais e música de menos.
A JB FM, toca hoje as mesmas músicas de 15 anos atrás, e toca as mesmas todos os dias. Um dia faço um estudo experimental para provar isso, mas quem escuta aqui e ali em consultórios e elevadores da vida sente o mesmo.
A (Sulamérica) Paradiso era maravilhosa quando começou (tinha um programa ótimo de música Lounge apresentado pelo... Luciano Huck), mas também caiu na repetição e toda vez que eu sintonizo nela toca alguma balada das Pussycat Dolls (TODA VEZ).
A MPB FM é um refúgio pra quem curte e espero que dure bastante.
A Mix FM veio ficar no mesmo lugar da Jovem Pan, com estilo musical semelhante, mas como uma versão esmaecida e sem graça da rádio anterior.
A RPC virou FM O Dia (pagode).
A Antena 1, que era melhor na música de elevador do que a JB e tinha um programa de Flashback im-per-dí-vel aos sábados de manhã virou Nativa FM (pagode).
A 98 FM (pagode) virou Beat 98 (pagode).
E a rádio Cidade, que já foi Pop Rock e focou no Rock à época do terceiro Rock In Rio, virou a Oi FM que era muito mais eclética e virou a única que tocava coisas novas do rock, pop menos comercial, nova música brasileira, um pouco de reggae, rap, coisas diferentes sem ser indie demais. Herdou o RoNca RoNca da rádio Cidade, promovia shows legais, Oi Novo Som e por aí vai.
E o medo é de tudo isso acabar sem nome, sem verba, sem apoio. E mesmo com a promessa de a rádio continuar como está, ainda vamos ter que acompanhar esperando pelo melhor. Quando a notícia começou a pipocar, há duas semanas, Maurício Valladares mandou uma palavra de alento e pediu pra "descansarmos os corações". Hoje, ele escreveu no blog do RoNca que o programa continua onde está. E é isso. Por mais que a gente tenha se adaptado completamente a ouvir música no formato digital, em nossos mp3 players e computadores, ainda há uma magia de ouvir música no rádio, um sentimento de que não estamos curtindo aquilo sozinhos, e a surpresa de nunca conseguir descobrir qual música vem depois, e a sua favorita parece muito mais favorita quando toca na caixinha mágica - o que essa tirinha explica muito bem: