Que lindo ♥
Esse esquema de participação ativa (dando grana mesmo) da plateia, aliado a uma banda simpática e dedicada dá nisso: o sentimento de pertencimento dá um gosto completamente outro ao evento. Personalizar e segmentar é isso. A produção pode não achar que vale a pena trazer o show num esquema maior. Mas nós queremos essa banda, queremos aqui no Rio, queremos nesse local. Queremos e fizemos.
Realmente cogitei ir ao Lollapalooza do Chile quando vi o The National, Jane's Addiction, Edward Sharpe, Yeah Yeah Yeahs e outros no line-up. Mas a grana não dava para tal peripécia, seria demais da conta. Mas algo me disse que ao menos o The National poderia vir, e era a cara do Queremos, vamos combinar. Quando confirmaram em São Paulo, a coisa foi se configurando. O Queremos entrou na jogada, eu comprei a cota, pus minha cara e nome lá, liberei a galera pra me chamar de hipster o quanto quisesse (eu não temia isso, principalmente por já ter a posse de um ingresso pro U2, esse meu atestado-de-coxinha infalível). Confirmaram no dia 08, um dia antes do U2, mas beleza, organizei uma manobra, gastei um pouco mais, mas fiquei feliz de poder ter a oportunidade de ver as duas bandas.
Não consigo lembrar como eu comecei a ouvir o The National. Acho que vi reviews por aí, elogios, escutei uma ou outra, baixei o High Violet, o último álbum. Aí veio junho de 2010. Eu estava curtindo uma fossa adoidada, e a voz do Matt Berninger me segurou pela garganta, e disse "I don't wanna get over you", "you're the only thing I want anymore" e "you'll never believe the shitty thoughts I think" por mim. Hoje nada é o mesmo, assim hoje não se repete amanhã. Foi bom ver o The National numa outra vibe, a música continua linda e pensar que seria assim que eu gostaria de soar se eu fizesse música. Dá pra fechar os olhos e mergulhar camada por camada nas canções, que eles executam com a perfeição do álbum mesmo sem recursos mirabolantes no palco. Além disso, o som remete a um lugar já conhecido do meu repertório sem soar cópia ou mera releitura. é calcado nos oitentistas Joy Division, Echo & The Bunnymen, Depeche Mode, e até dá pra sentir um early U2, por que não?, já que estavam no mesmo caldeirão por algum tempo. Não dá pra tirar a banda e colocar no paraíso hipster assim anacronicamente.
E lá eu estava de Carioca Empolgada, sacudindo os cabelos e sorrindo, enquanto Matt mantinha a voz perfeita mesmo com as calibradas de caipirinha, e movia os braços de modo desajeitado, ou dava com um punho do outro. Ele se desequilibrou e caiu, mas não deixou cair a vibe das canções. Voz e letras e presença, esse cara é fascinante. E é fascinante a banda como um todo.
Eu pertenci ao show, e deu um sentido todo outro. Meu nome estava lá, levei um pôster pra casa. Quem sabe eu emoldure. Foi um grande pequeno show.
Escute, escute, escute =)
Escute, escute, escute =)