Sim, cá estou eu de volta de um fim de semana que vai ser difícil de repetir nessa vida nos quesitos frisson, emoção, estonteamento, acachapância, diversão e... custo!
O maior destaque foi tudo ter dado certo no fim. As aloprações programadas foram bem-sucedidas em suas execuções, apesar de alguns pesares: o mp3 player perdido, uma dor de cabeça estranha no sábado e os espirros no domingo, e o fato de eu simplesmente não ter conseguido acordar na hora certa segunda e quase ter perdido meu voo de volta. Os reveses já listados, vamos ao EPIC WIN que foi esse fim de semana passado.
Antes de entrar em detalhes, preciso destacar que o LINDO mais LINDO de todos os LINDOS (Kevin, Billy e Paul) que eu vi esse finde foi meu amigo Marcos, aquele LINDO. Sim, porque pra ter aturado uma hóspede chegando de madrugada e completamente perdida naquela cidade era preciso ter paciência que só ele mesmo. A saudade é sempre grande e o carinho que eu tenho por ele só aumenta.
Uma pena eu não ter aproveitado mais São Paulo. A coisa mais paulista que eu fiz foi ter comido pastel na feira e cachorro-quente com purê de batata. Qualquer dia eu volto, se o Marcos aceitar em me receber novamente.
Bom, primeiro evento era o Planeta Terra, pra ver o of Montreal e os Smashing Pumpkins. Cheguei pouco antes do of Montreal na nice e consegui ver o show bem de perto. Uma pena os caras não serem tão conhecidos. O show deles é animado e teatral, merecia muito mais destaque no festival. Trocaria ele pelo Mika fácil, que também é animado e teatral mas a música não é tão boa. O show deles é uma delicinha, o repertório ótimo, com músicas no novo CD. E o orgulho de ter cantado Our Riotous Defects inteirinha? Momento de delírio quando ele gritou “CRAAAAAAAAAAAAZY GIRL”. Casado e pai de família, Kevin Barnes é uma gracinha e uma MOCINHA. Entrou direto pra lista de Homens Mais Moça do Que Eu. Fui me infiltrando mais pro meio e perto do palco, à procura de uma galera animada pra não ficar dançando sozinha no meio de um monte de gente paradona, achei umas guey animadérrimas, todas elas se derretendo muito pelo Kevin e soltando pérolas, plumas e purpurinas como:
- Noffa, mas ele dança muito fofo...
- Ay, ele é pra casar!
- Zenty, olha a mala dele!
- (E a vencedora) KEVIN!!! KE-VIN NI MIM???
Shoray... Aliás, você pode ver o show do of Montreal aqui.
of Montreal no Planeta Terra: Kevin Barnes, sua LINDA! (divulgação) |
No show deles a lua começava a aparecer monstra. Ia ser uma noite muito linda.
No quesito organização o evento tá de parabéns. Apesar da alta concentração de camisas xadrez e óculos de vovó por metro cúbico, a galera era tranks. As projeções... ops, desculpa! O videomapping no main stage era maneiríssimo. Mas o melhor era poder circular entre os ambientes e pegar sempre um lugar legal pra ver os shows porque sempre rolava uma rotação da galera entre cada atração.
O chão da área reservada aos banheiros químicos era coberta de ramos de pinheiro pra neutralizar o cheiro, vibe floresta, uma ideia interessante.
Encontrei os queridos Victor, Bernardo e sua namorada Manoela. Antes do Mika, fui comer e acabei perdendo o começo do show (não, não fiquei triste por isso). Acabou nem dando tempo de ir em nenhum brinquedo, mas também não planejava isso. Vi a metade do show final do Mika – Grace Kelly e Love Today eu curto e dancei feliz me infiltrando no meio da galera – e encontrei o pessoal de novo pra ver o Phoenix.
Phoenix... aquela BELA MERDA. Começou com Lisztomania, OK, a mais legal deles de cara pra depois me fazer quase dormir um sono profundo no meio da plateia. Ô chatice. E o Daft Punk que não apareceu pra salvar aquilo? E o que foi o vocalista deitado uns 15 minutos no palco. O francês blasè leite-com-pêra ficou com sono também, né? Pudera... é chato demais. Sem graça, sem ânimo, dejà-ouvi, repetitivo. Depois ficou numa presepada de fazer mosh e rolar pela plateia. Olha, se o seu show será pra sempre lembrado pelo mosh, é porque algo estava bem errado com a... música.
Já fomos nos infiltrando na frente pra ver o Pavement já pensando nos Smashing Pumpkins. É uma pena eu não conhecer muito o Pavement, porque o show foi bem legal. Fãs cantando, som ótimo, os músicos empolgados. Mas eu já estava com ansiedade acumulada pro próximo show. Ver Billy Corgan e cantar com ele muitas das minhas músicas favoritas dessa minha vida. Eu já conhecia o setlist que eles vinham tocando nos shows recentes e já sabia exatamente o que esperar, o set realmente incluia a maioria das músicas que eu amo, além das novas que eu curto de verdade.
Fui chegando pra frente e não ACREDITEI quando eu vi no palco há uns poucos metros de mim aquele careca, carinhosamente apelidado de Tio Chico por um carinha que gritava isso toda vez que eles acabavam uma música. Era o Billy Corgan. Ali. Eu não acreditei até sair do show que isso tinha acontecido...
E com ele, aqueles cosplays de D’Arcy e James Iha e uma criança que aparentava uns 12 anos na bateria. A banda é pura trollagem do Billy.
Smashing Pumpkins no Planeta Terra |
Após o show foi divulgado o "consenso" de que o show foi um fiasco. Eu não conseguia acreditar, tínhamos visto o mesmo show? O que havia de errado? Recolhendo algumas opiniões, percebi algumas questões, a saber:
- Pessoal parece que não conhece o Billy Corgan. O cara não toca muitas músicas antigas em todo show que faz, e eu não sei porque o pessoal esperava outra coisa. Em várias entrevistas ele deixa claro que não vive do passado. Especula-se que foi por isso que o Jimmy Chamberlin, baterista e último integrante original da banda além do Billy saiu ano passado. Billy sempre quis se dedicar a coisas novas, e achava que quem acompanha a banda saberia disso. Os setlists recentes deles tavam na internet pra todo mundo ver.
- Aí pessoal chama de datado, egocêntrico, sem simancol por ainda estar fazendo coisas novas consideradas fracas, não se aposentar logo e não fazer turnê só de hits. O Pavement não lança nada de novo há 11 anos, fez um show safo e foi comemorado por isso. Eu só não entendo o porquê. Se Billy viesse tocando as coisas velhas, ia ter gente pra acusar de caça-níqueis ou coisas do gênero. Acho injusto criticar o artista por ele estar tentando caminhar pra frente, como se isso fosse errado.
- Mas então pessoal diz que não há espaço pra esse tipo de som mais, como que jogando já a terra pro enterro, o que eu, honestamente, considero duma petulância terrível por parte dessa galera. Pena de quem pauta o gosto musical pelo hype...
- E o pessoal reclama que eles deveriam ter servido aos fãs, que estavam lá pra escutar aquelas músicas que tanto nos marcaram, blá blá. E a verdade foi a seguinte: o show não foi pro fã que foi lá usando a camisa ZERO e que parou no Siamese Dream ou no Mellon Collie. E infelizmente, eles era a maioria ali. Malz aê, galera. Não adianta o saudosismo do tempo em que o Billy tinha cabelo. Se você quer um show de 15 anos atrás, recomendo encontrar uma máquina do tempo e se transportar. Esse show foi para o tipo de fã como eu, que gosto do começo, do meio e das últimas coisas da banda. Reclamaram do set? O set teve músicas representando as fases da banda, com um pouco mais de foco nas coisas recentes (Zeitgeist) e novas (Teagarden by Kaleidyscope). E diante disso, eu saí extremamente satisfeita. Eu vi o show com o coração e disposta a me divertir.
- Então pessoal reclamou das presepadas. Ok, o cara do Phoenix passa meia hora deitado no palco e isso é COOL, mas o Billy tocando guitarra com a boca e esfregando-a na quina do palco até arrebentar as cordas é RUIM. Sério, cut the #mimimi, please.
Smashing Pumpkins no Planeta Terra: a foto é ruim mas é minha. |
Eu achei sensacional. Eu estava diante de uma das minhas bandas favoritas, que eu curto há (só) 15 anos. E eu curto até hoje. Eu acompanho os lançamentos do Teagarden by Kaleidyscope. Aliás, alguns dos momentos mais emocionantes do show pra mim foi quando eles tocaram as novas A Song For A Son e Spangled. Pra mim, essas músicas chegaram agora e já sentaram na janela. E Astral Planes foi fantástica ao vivo.
Presepada? Morri de rir com aquela criança nervosinha no solo de bateria. É muita trollagem aquilo, o Billy deve se divertir, e eu me divirto junto, porque entendo aquela loucura lá. Rolou muito uma vibe “orgulho do papai” ali. E o pessoal gritando “Vai, Daniel-San”! Billy é dessas coisas... Depois da saída do Chamberlin, que por anos ficou num vai-num-vai, ele bota um moleque de 20 anos totalmente desconhecido só de zoa.
E além disso, teve as favoritonas Today (emocionei), Cherub Rock (chapei), Shame (desmaiei), Ava Adore (em uma versão mais hard e estranha, morri muito), Stand Inside Your Love (morri MAIS) e Tonight, Tonight (ressuscitei e morri de novo umas 5 vezes). Faltou um monte de outras? Sim, mas nem quero reclamar. É assim mesmo. Em as que eles tocaram, eu cantei, pulei, gritei, chamei o Billy de SEU LINDO como se ele realmente fosse. Duas palavras: BILLY. SORRIU. E ainda mandou beijinho, ainda que discreto, pra plateia. Isso é um êxito completo!
Ri litros com a menina do meu lado que o chamava de “mais-ou-menos-lindo” e “lindo-por-dentro”. Que nada, pra mim ele é LINDO fo real. E os comentários de paulista acachapado à minha volta? “Carai, véi!”, “nossa, véi!” É, demorou pra acreditar. Vimos os Smashing Pumpkins. Saí de lá ainda sem acreditar, cheguei em casa eletrificada, fui dormir pra ter sonhos de groupie* com o Billy Corgan. Aquele careca LINDO.
Carai, véi. Foi fantástico!
Você pode ver o show dos Smashing Pumpkins por você mesmo aqui.
E isso só foi o sábado...
*Quando voltei do Playcenter, dividi o taxi com Bernardo, Manoela e uma conhecida dela, que eu não sei o nome. Ela também curtia a banda e falei de monte que tinha AMADO ver o Billy Corgan em ação enfim. Quando saltei do táxi e me despedi, ela disse: "Sonha com o careca!" E não é que eu sonhei? ;-P
1 comment:
Esse povo meio hipster é chaaaaaaaato... O old school é bacana as vezes mais nem sempre olha... Já pensou se o sandy e junior entrassem no palco e só cantassem maria chiquinha a merda que daria??? sem coentarios presse povo uó. Fico feliz com as suas realizações migs. Saber que nao morro de amores por SP mas sua felicidade em vê-los contagia A LOT. Mas.... E o velho hein???
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