December 31, 2011

Essa deve ser uma boa

... pra hoje.


Sou a pessoa mais despreparada pra fazer qualquer retrospectiva. Não sei quais foram os melhores lançamentos de 2011, e provavelmente não os ouvi, não anotei os momentos mais marcantes do ano e a única coisa que me lembro é que a minha memória está em franca decadência, já que ela me falha diariamente. Só lembro que trabalhei bastante, tenho vivido (finalmente!) um amor bonito, demoro mais tempo pra chegar em casa e ela tem cheiro de sítio, o que dificulta muito a minha adaptação mesmo após 10 meses. Descobri que o Kir Royale é um ótimo substituto para a importada cidra Jacques, o cachorro Mason está deprimido, ainda consigo dirigir (com câmbio automático) e meu gato contraiu misteriosamente um fungo esquisito e rola um medo de a gente pegar também. A Cacau Show está vendendo Stroopwafles (waffles holandeses deliciosos), decidi guardar dinheiro custe o que custar e nunca mais comprei ingresso para um grande show desde o Macca no Engenhão (mas não resisti a comprar uma saia de borboletas outro dia). Passei à seguir e baixar séries de TV e constantemente invejo o guarda-roupa da Zooey Deschanel, mesmo sabendo que minha necessidade de usar tênis o tempo todo impede a utilização daqueles vestidos e saias fófis. Descobri pelo Facebook que um monte de gente casou e teve filho, mas ainda não me sinto velha, são os outros que estão adiantados. Viajei menos que eu gostaria e desencanei de coisas até demais. Não achei 2011 um ano ruim, mas foi o ano do random: uma sucessão rápida de coisas nada a ver umas com as outras. Não faço a mínima ideia de como vai ser 2012, tenho pavor de considerar tragédias naturais e clima de "fim do mundo". Enquanto tiver novidades, mesmo que pequenas como estas que eu listei, tá bom. 
Saúde & sorrisos pra todo mundo.

December 27, 2011

E a Oi dá tchau

O papo é que a Oi FM, como a conhecemos, vai acabar. No primeiro momento, quando vi pela primeira vez uma notícia sobre o assunto, pensei no pior.  A rádio, que opera em sete cidades e leva o nome da operadora de telefonia não vai exatamente acabar, mas vai perder o nome e a parceria com a operadora de telefonia. No Rio, onde funciona em uma das sedes da Oi em Ipanema, deve mudar de lugar. Até dia 31, ela continua Oi, mas depois fica sem nome fantasia, como "a rádio oficial do verão", já que os projetos pra estação continua de pé e a rádio funciona ainda em rede por algum tempo. E depois? Ainda não se sabe.
O que mais de me dá medo é que haja uma reformulação total no estilo da rádio, ou a venda da frequência (ao menos aqui no Rio). Sinceramente não sei como é a situação nesses outros estados, mas aqui no Rio não é nem um pouco favorável. Desde que comecei a ouvir rádio: 
Perdemos a RPC, Antena 1, Jovem Pan e Rádio Cidade. 
As rádios evangélicas se multiplicaram e dominaram o dial. 
A Transamérica costumava ser bem mais variada do que hoje, e sempre sofreu com propaganda e falação demais e música de menos. 
A JB FM, toca hoje as mesmas músicas de 15 anos atrás, e toca as mesmas todos os dias. Um dia faço um estudo experimental para provar isso, mas quem escuta aqui e ali em consultórios e elevadores da vida sente o mesmo. 
A (Sulamérica) Paradiso era maravilhosa quando começou (tinha um programa ótimo de música Lounge apresentado pelo... Luciano Huck), mas também caiu na repetição e toda vez que eu sintonizo nela toca alguma balada das Pussycat Dolls (TODA VEZ). 
A MPB FM é um refúgio pra quem curte e espero que dure bastante. 
A Mix FM veio ficar no mesmo lugar da Jovem Pan, com estilo musical semelhante, mas como uma versão esmaecida e sem graça da rádio anterior. 
A RPC virou FM O Dia (pagode). 
A Antena 1, que era melhor na música de elevador do que a JB e tinha um programa de Flashback im-per-dí-vel aos sábados de manhã virou Nativa FM (pagode). 
A 98 FM (pagode) virou Beat 98 (pagode). 
E a rádio Cidade, que já foi Pop Rock e focou no Rock à época do terceiro Rock In Rio, virou a Oi FM que era muito mais eclética e virou a única que tocava coisas novas do rock, pop menos comercial, nova música brasileira, um pouco de reggae, rap, coisas diferentes sem ser indie demais. Herdou o RoNca RoNca da rádio Cidade, promovia shows legais, Oi Novo Som e por aí vai. 
E o medo é de tudo isso acabar sem nome, sem verba, sem apoio. E mesmo com a promessa de a rádio continuar como está, ainda vamos ter que acompanhar esperando pelo melhor. Quando a notícia começou a pipocar, há duas semanas, Maurício Valladares mandou uma palavra de alento e pediu pra "descansarmos os corações". Hoje, ele escreveu no blog do RoNca que o programa continua onde está. E é isso. Por mais que a gente tenha se adaptado completamente a ouvir música no formato digital, em nossos mp3 players e computadores, ainda há uma magia de ouvir música no rádio, um sentimento de que não estamos curtindo aquilo sozinhos, e a surpresa de nunca conseguir descobrir qual música vem depois, e a sua favorita parece muito mais favorita quando toca na caixinha mágica - o que essa tirinha explica muito bem:

December 11, 2011

Kings of The Plateia

Para quem estava curioso sobre o show do Kings of Convenience: O show foi que nem aquilo que você leu sobre o de São Paulo. SÓ QUE AO CONTRÁRIO ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
E pensar que eu fiquei com medo do show ser uma bomba, depois de ter lido a matéria da Folha... Mas foi incrivelmente diferente. Vezes q eles mandaram a gente calar a boca: ZERO. Vezes q eles pediram pra gente bater palma e cantar junto: perdi a conta.
Realmente deve ter sido graças à boa e velha kayperenea no camarim... Erlend tava malucaço-beleza, dançando, fazendo caretas e mímicas dignas de um clown. Se todo mundo reclamou que em SP faltou pegada e carisma pra conquistar o público, no Circo Voador eles aprenderam direitinho. Foi um dos shows mais bem-humorados, fofos e singelos que já vi. Os caras não têm medo de barulho, de palmas, plateia cantando junto... teve tudo isso. Realmente deve ter sido uma questão de papo paralelo abusivo em SP, como me escreveu no Twitter um cara que esteve no show do Cine Joia.
Ontem rolou de a galera meio q patrulhar os conversadores com "shhhhhhs", mas nada demasiado que criasse um climão. E a banda não se manifestou em nenhum momento sobre o barulho. Estavam com sorrisão no rosto. Erlend dançando louco e pedindo arranjos e palmas do público. Ele está com os cabelos mais longos, e aqueles óculos de vovó dão um look de cientista louco ao cara. Eirik, ainda mais bonito ao vivo, com voz linda, português fofíssimo cantando "Corcovado". O entrosamento entre eles é gostoso de se ver, só os dois com seus violões, criando melodias e climas maravilhosos. Coisa que Eirik disse ter aprendido com Bossa Nova e João Gilberto, essa coisa impressionante de poder arranjar completamente as melodias só com um violão (isso e o tal apreço pelo silêncio entre as canções, sorte que ontem o espírito de João Gilberto estava mais longe).
(Sem dúvida o melhor momento da noite, ainda mais quando o Erlend chega)
E talvez eles tenham lido as matérias e decidiram fazer tudo diferente no show do Rio. Pode ser... ou foi como outra amiga falou: a plateia do Rio faz toda uma diferença (não querendo ser bairrista mas já sendo uhuhuhu). Seja como for, banda e plateia carioca saíram satisfeitas =)